Querido Diário, Hoje gostaria de te descrever um dia típico do meu trabalho como profissional de Recursos Humanos (RH), na Era da Digitalização e da Inteligência Artificial (IA). Parece-me importante deixar aqui registado a forma como, à data de hoje (e não num futuro assim tão distante e longínquo como poderíamos pensar), a IA está a transformar rapidamente o setor de RH, tornando-o mais eficiente, produtivo e orientado a dados. Habitualmente, começo o meu dia por consultar a caixa de entrada do e-mail, para verificar quais as novas mensagens ou pedidos de suporte dos colaboradores ou chefias. Tenho notado, no entanto, que o volume de mensagens tem decrescido, desde que dispomos de um Chatbot de RH, o qual foi programado para responder às perguntas comuns dos colaboradores sobre diversos assuntos laborais: políticas e procedimentos internos, benefícios, horários de trabalho, férias, entre outros. Desta forma, consigo libertar tempo, permitindo concentrar-me em tarefas mais estratégicas e complexas. Tenho também recebido feedback positivo relativo à experiência dos colaboradores, que conseguem obter mais rápida e precisamente as respostas às suas questões, a qualquer momento e em qualquer lugar. Em seguida, costumo aceder ao nosso Sistema de Informação de Recursos Humanos (SIRH), para consultar e gerir as minhas tarefas pendentes, através de apenas alguns cliques. Com base em dados, esta ferramenta consegue fornecer feedback em tempo real sobre o desempenho dos colaboradores, ajudar a identificar áreas de melhoria e recomendar cursos de formação personalizados, o que contribui para a melhoria das competências, produtividade e envolvimento da nossa força de trabalho. Esta tecnologia ajuda os nossos gestores a tomar decisões mais informadas sobre promoções, bónus e desenvolvimento de carreira. É também através deste SIRH que economizo bastante tempo, na medida em que todo o processo de recrutamento e seleção de candidatos pode ser automatizado. A plataforma de recrutamento trabalha com algoritmos que me ajudam a publicar vagas, a triar currículos, a agendar entrevistas ou a realizar entrevistas virtuais. Confesso que, também nesta área, costumo recorrer a um Chatbot de RH, o qual conduz entrevistas preliminares com os candidatos e avalia as suas competências e qualificações, através de perguntas pré-definidas. Utilizo igualmente uma funcionalidade de Machine Learning que me ajuda a escrever descrições de função mais atrativas e inclusivas. Ao longo do dia, poderei ainda ter que analisar dados de RH da empresa, de modo a determinar tendências e identificar áreas de melhoria, como o número de colaboradores, desempenho, salários e benefícios. Consigo criar relatórios com gráficos e tabelas visualmente atraentes, que destacam métricas consideradas críticas para o negócio, como a taxa de rotatividade dos colaboradores ou o tempo médio de preenchimento de vagas. Essas informações são depois usadas para melhorar os processos de RH e a tomada de decisões estratégicas. Antes de terminar o meu dia, se for requerido, poderei consultar a funcionalidade que nos permite recolher feedback dos colaboradores sobre a empresa, a cultura organizacional e a liderança. Isto permite-me ter insights frequentes sobre como os colaboradores se sentem em relação à empresa e identificar áreas e estratégias de otimização no âmbito do clima e cultura organizacionais. Querido Diário, com este relato pretendo ilustrar que as ferramentas de IA podem ser usadas para automatizar muitas tarefas diárias da gestão de pessoas. Contudo, é importante lembrar que a intervenção humana do profissional de RH é imprescindível, para interpretar os dados e tomar decisões estratégicas baseadas no contexto real. A utilização inteligente de ferramentas de IA pode ajudar a melhorar a eficiência e a eficácia do departamento de RH, mas elas não devem substituir completamente o trabalho humano. Torna-se cada vez mais evidente que a tecnologia assente em IA consegue proporcionar uma série de benefícios na forma como as empresas recrutam, selecionam, formam, avaliam e gerem as suas pessoas. Tudo isto, desde que as empresas adotem uma abordagem ética e transparente na utilização da IA, assegurando que esta tecnologia seja usada de forma justa e responsável. Porque a verdade está à vista: as empresas que conseguem incorporar com sucesso a tecnologia IA nos seus processos de RH têm uma vantagem competitiva em relação às empresas que o estejam a adiar ou que optem mesmo por não o fazer.


