Entrevista com a Comissão de Saúde, Bem-estar e Qualidade de vida

Porque cuidar das pessoas é uma estratégia de futuro.

Numa altura em que o bem-estar deixou de ser um “extra” e passou a ser um pilar essencial das organizações de vanguarda, a APG reforça o seu compromisso com esta agenda através da Comissão de Especialização em Saúde, Bem-Estar e Qualidade de Vida. Com uma missão clara de transformar intenções em ações concretas, esta comissão trabalha para capacitar profissionais, sistematizar boas práticas e promover uma cultura de cuidado que vá além da teoria.

Nesta entrevista, mergulhamos nos objetivos, métodos e ambições desta equipa dedicada, que pretende colocar o bem-estar no centro da gestão de pessoas em Portugal.

Qual é a missão principal da vossa Comissão de Especialização?

A missão da Comissão de Saúde, Bem-estar e Qualidade de vida é desenvolver eventos, iniciativas e atividades que contribuam, direta e indiretamente, para promover uma cultura organizacional que valorize e priorize a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida, capacitando gestores de pessoas e organizações para alcançar o equilíbrio sustentável entre produtividade e satisfação pessoal.

Que lacuna ou necessidade do setor pretendem colmatar?

Pretendemos colmatar a fragmentação e, por vezes, superficialidade com que o tema do bem-estar é tratado nas organizações. Existe ainda pouca sistematização de boas práticas, escassez de ferramentas operacionais adaptadas à realidade portuguesa e necessidade de maior capacitação dos profissionais de gestão de pessoas neste domínio. Queremos dar resposta a esta realidade com conhecimento aplicável, plataformas de partilha e reconhecimento de práticas com impacto real.

Quais são os temas prioritários que a Comissão pretende trabalhar no atual mandato?

Focamo-nos nas diferentes dimensões do bem-estar: saúde mental, saúde física, bem-estar social e bem-estar financeiro. Estas áreas estão a ser operacionalizadas através de iniciativas concretas, como webinares temáticos, guias de boas práticas e programas de capacitação. A transversalidade com diversidade, equidade e inclusão também está sempre presente.

 

Existem áreas emergentes que gostariam de explorar mais a fundo nos próximos meses?

Sim. Estamos atentos à interseção entre inteligência artificial e bem-estar no trabalho, ao impacto do trabalho híbrido e remoto na saúde mental, e à literacia financeira como fator de equilíbrio pessoal. Outro tema que queremos aprofundar é a criação de métricas robustas que avalie e premeie as iniciativas de well-being.

Como pretendem envolver os/as profissionais de gestão de pessoas nas vossas atividades?

Queremos que esta seja uma comissão viva, participativa e prática. Os profissionais são convidados a participar nos nossos eventos, mas também a integrar a comissão, mediante aprovação, e a liderar iniciativas específicas. Além disso, o guia de boas práticas que estamos a desenvolver será cocriado com o contributo de experiências reais de profissionais no terreno.

 

De que forma os associados podem contribuir ou participar ativamente na comissão?

Podem candidatar-se a integrar a comissão, propor temas, liderar ou apoiar iniciativas, partilhar boas práticas das suas organizações e colaborar na disseminação dos conteúdos que criamos. A nossa estrutura prevê responsáveis e adjuntos por iniciativa, promovendo um modelo colaborativo e orientado à ação.

Quais são os principais objetivos da Comissão para este ano?

Para este ano, os nossos objetivos principais são:

1. Começar a desenhar um guia de boas práticas de well-being;
2. Organizar uma série de webinares temáticos nas principais áreas do bem-estar;
3. Voltar a lançar a certificação de Well-Being Manager, ainda que numa versão revista;
4. Estudar a viabilidade de um prémio de reconhecimento nacional em parceria com outra associação ou ordem ou sob a chancela da APG.

 

Que tipo de impacto esperam ter no ecossistema de gestão de pessoas em Portugal?

Queremos elevar a fasquia do debate sobre bem-estar organizacional em Portugal, inspirar mudanças concretas nas práticas das empresas e contribuir para a valorização do papel estratégico dos profissionais de gestão de pessoas. O impacto será medido não só pela participação nas iniciativas, mas pela adoção efetiva das práticas propostas.

Como está organizada a comissão internamente? Há grupos de trabalho, reuniões regulares, eventos específicos?

A comissão tem um gestor de projeto, uma responsável de cliente e uma estrutura dinâmica onde cada iniciativa tem um responsável e dois ou mais adjuntos. Reunimo-nos mensalmente, em formato online, para monitorizar atividades, avaliar KPIs e tomar decisões estratégicas. Este modelo permite agilidade, cocriação e forte sentido de pertença.

 

Que tipo de iniciativas estão a ser planeadas?

Além dos quatro webinares temáticos, sobre cada um dos pilares do bem-estar e do guia de boas práticas, prevemos formações, a consolidação da certificação em Well-being Manager e a possível criação de um prémio nacional. Estamos também a considerar encontros presenciais com foco em benchmarking e construção de comunidade.

De que forma a vossa comissão articula o seu trabalho com outras comissões ou com a Direção da APG?

Mantemos contacto regular com a Direção da APG, garantindo alinhamento estratégico e sinergias com outras Comissões. Partilhamos práticas, evitamos redundâncias e procuramos que os nossos conteúdos possam ser integrados noutros eixos e áreas de intervenção de outras comissões.

Existem sinergias que gostariam de reforçar dentro ou fora da APG?

Sim. Dentro da APG, gostávamos de reforçar pontes com as Comissão para a Inovação e Digitalização em RH, a Comissão da Diversidade, Equidade e Inclusão e Comissão de Educação, Aprendizagem e Desenvolvimento. Fora da APG, temos interesse em parcerias com universidades, centros de investigação, associações da área da saúde e entidades da lusofonia, com quem possamos co-construir conhecimento e escalar impacto.

Quais têm sido os maiores desafios no vosso percurso até agora?

Ainda estamos muito no início dos trabalhos na nossa comissão, mas diria que o maior desafio tem sido conjugar a ambição e o alcance do plano com a disponibilidade dos membros, que desempenham funções exigentes nas suas organizações. Outro desafio futuro será o de garantir que as iniciativas se traduzem em valor real para os profissionais e não apenas em eventos pontuais. A superação passa por planeamento, foco e compromisso partilhado.

Que ambições têm para a evolução da comissão e para o setor a nível nacional?


Ambicionamos tornar esta comissão uma referência na promoção de bem-estar organizacional, com conteúdos consistentes, impacto mensurável e reconhecimento alargado. Para o setor, sonhamos com organizações em que cuidar das pessoas não seja exceção, mas o novo normal — e em que a gestão de pessoas seja verdadeiramente estratégica.

Que mensagem gostariam de deixar aos profissionais de gestão de pessoas sobre a importância do trabalho da vossa Comissão?

Cuidar das pessoas não é apenas uma questão ética — é uma questão estratégica. O trabalho da nossa comissão pretende oferecer ferramentas, inspiração e reconhecimento para quem acredita que é possível conciliar bem-estar e performance. Convidamos todos os profissionais de gestão de pessoas a juntar-se a este movimento, porque pessoas bem cuidadas constroem organizações mais humanas, sustentáveis e resilientes.

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